sábado, 15 de novembro de 2014

Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa

E comemora-se hoje o dia nacional da Língua Gestual Portuguesa, e como não podia deixar de ser, esse dia não ficou esquecido na Escola Básica do 2º e 3ºciclos de Santo António.

Aqui fica um bocadinho do que por lá foi feito. :) 






terça-feira, 1 de julho de 2014

Atividade Final de Ano

No âmbito do plano anual de atividades foi realizada, no dia 27 do corrente mês no pavilhão da nossa escola, uma sessão de relaxamento, com a colaboração da Professora Sonia Quelhas.
Os alunos e professores que participaram gostaram bastante da atividade, sugerindo a sua repetição no próximo ano letivo.


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Perturbação de Gilles de La Tourette

     Tique é uma vocalização ou um movimento motor súbito, rápido, recorrente, não rítmico e estereotipado. Os tiques motores ou vocais podem ser simples (envolvendo apenas alguns músculos ou sons simples) ou complexos (envolvendo múltiplos grupos de músculos implicados em acessos, ou palavras e frases). 
     Os tiques são geralmente vividos como irresistíveis mas podem ser suprimidos por um período de tempo variável. Algumas crianças (e ocasionalmente um ou outro adulto) não estão conscientes dos próprios tiques. 
     As características essenciais da Perturbação de Gilles de la Tourette são múltiplos tiques motores e um ou mais tiques vocais. Estes tiques aparecem simultaneamente ou em diferentes períodos da doença. Os tiques ocorrem muitas vezes durante o dia, por vezes recorrentemente durante um período de mais de 1 ano. Durante esse período, nunca há um período livre de tiques superior a 3 meses consecutivos. O início é anterior aos 18 anos de idade. Os tiques não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por exemplo, estimulantes) ou a um estado físico geral (por exemplo, doença de Huntington ou encefalite pós-vital). 
     A localização anatômica, o número, a frequência, a complexidade e a gravidade dos tiques mudam ao longo do tempo. Os tiques motores simples e complexos podem afetar quaisquer partes do corpo, incluindo o rosto, a cabeça, o tronco e os membros superiores e inferiores. Os tiques motores simples são contrações rápidas e sem significado de um ou mais músculos, como no piscar de olhos. Os tiques motores complexos envolvem o tocar, pôr-se de cócoras, dobrar os joelhos, retroceder, rodopiar enquanto anda. Os tiques vocais incluem várias palavras ou sons, tais como chiques da língua, grunhidos, latidos, sorvidelas e tosses. A coprolalia é um complexo tique vocal que envolve o preferir obscenidades, observa-se em poucos indivíduos e não é exigida para o diagnóstico da Perturbação de La Tourette.
     Aproximadamente em metade dos indivíduos com esta perturbação, os primeiros sintomas que aparecem são episódios de um tique simples, principalmente o piscar os olhos. Com menos frequência, os tiques iniciais afectam outras partes da face ou do corpo, como caretas, sacudir a cabeça, protusão da língua, inalar, pôr-se de cócoras, dobrar os joelhos, saltitar, «aclarar a garganta», emissão de blocos de gaguez num discurso fluente ou sons e palavras. Outros casos começam com sintomas múltiplos. 


Almeida, J.N. (2002) DSM - IV - TR. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Lisboa: Climepsi Editores

Deficiência Mental

A característica essencial da Deficiência Mental é um funcionamento intelectual global inferior à média que é acompanhado por limitações no funcionamento adaptativo em pelo menos  2 das áreas seguintes: comunicação, cuidados próprios, vida doméstica, competências sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autocontrolo, competências acadêmicas funcionais, trabalho, tempos livres, saúde e segurança. O início deve ocorrer antes dos 18 anos.
     O funcionamento intelectual global é definido por um quociente de inteligência obtido através de um ou mais testes de inteligência aplicados individualmente. Um funcionamento intelectual global significativamente inferior à média é definido como um QI de 70 ou inferior, é possível diagnosticar uma Deficiencis Mental em sujeitos com quociente de inteligência entre 70 e 75, mas que revelem défices significativos no comportamento adaptativo. Contrariamente, a Deficiência Mental não será diagnosticada com um sujeito com um QI inferior a 70 mas cujo funcionamento adaptativo não revele défices ou incapacidades significativas.
     Incapacidades no funcionamento adaptativo e não um QI baixo são as manifestações normalmente presentes nos sujeitos com Deficiência Mental. O funcionamento adaptativo refere-se ao modo como os sujeitos lidam com as situações da vida quotidiana e como cumprem as normas de independência pessoal, esperadas de alguém do seu grupo de idade, origem sociocultural e inserção comunitária. O funcionamento adaptativo pode estar influenciado por vários fatores, incluindo educação, motivação, e características de personalidade, oportunidades vocacionais e sociais, assim como perturbações mentais e estados físicos gerais que podem coexistir com a Deficiência Mental. Os problemas de adaptação são provavelmente mais modificáveis com os esforços médicos enquanto QI tende a tornar-se um atributo mais estável.


   
Almeida, J.N. (2002) DSM - IV - TR. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações mentais. Lisboa: Climepsi Editores

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção

     A característica essencial de Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção é um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade-hiperatividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento. Alguns problemas relacionados com os sintomas devem ocorrer, pelo menos, em duas situações (por exemplo, em casa e na escola ou no trabalho). Devem existir provas claras de um défice clinicamente significativo do funcionamento social, académico ou laboral.
     As faltas de atenção podem manifestar-se em situações escolares, laborais ou sociais. Os sujeitos com esta perturbação podem não dar atenção suficiente aos pormenores ou podem cometer erros por descuido nas tarefas escolares ou noutras tarefas. Os trabalhos são muitas vezes desordenados, descuidados e feitos sem reflexão. Os sujeitos podem experimentar deficuldades em manter a atenção em tarefas ou atividades laborais ou lúdicas e acabam por ter dificuldade em persistir nas tarefas até as finalizar. Frequentemente, parecem estar a pensar noutra coisa, como se não tivessem ouvido aquilo que acabou de se lhes dizer. Podem fazer frequentes mudanças de uma atividade incompleta para outra. Os sujeitos diagnosticados com esta perturbação podem começar uma tarefa, mudar para outra e ainda dedicarem-se a uma terceira antes de completar qualquer delas. Com frequência não seguem as instruções e não terminam os trabalhos escolares, encargos ou deveres. Estes sujeitos têm com frequência dificuldades em organizar tarefas e atividades. As tarefas que requerem a manutenção de um esforço mental são sentidas como desagradáveis e marcadamente adversas. Por consequência, este sujeitos evitam ou sentem repugnância em envolver-se em tarefas que requeiram um esforço mental mantido ou que impliquem exigências organizativas ou uma forte concentração (tais como trabalhos escolares ou de índole administrativa). Este evitamento deve ser causado por dificuldades do sujeito relativas à atenção e não por uma atitude de oposição primária, embora possa existir um negativismo secundário. Os hábitos de trabalho podem ser desorganizados e com frequência perdem, tratam com negligência ou deterioram objetos necessários a tarefas ou atividades. Os sujeitos com esta perturbação são facilmente distraídos por estímulos irrelevantes e interrompem frequentemente o prosseguimento das tarefas que estão a realizar para prestar atenção a ruídos ou factos triviais que são facilmente ignorados pelos outros (por exemplo, o buzinar de um carro, uma conversação em fundo). Esquecem-se muitas vezes das atividades quotidianas (por exemplo, esquecem-se de datas, de trazer o almoço). Nas situações sociais, a falta de atenção pode manifestar-se por frequentes mudanças na conversa, não prestar atenção aos outros, não manter um raciocínio na conversa e não seguir os pormenores ou as regras de jogos ou atividades.
     A Hiperatividade pode manifestar-se por estar inquieto ou mover-se quando está sentado, não ficar sentado quando se espera que o faça, correr ou saltar excessivamente em situações que é inadequado fazê-lo, ter dificuldades em brincar ou dedicar-se tranquilamente a atividades de lazer, frequentemente andar ou atuar como se «estivessem ligados a um motor» ou frequentemente falar em excesso.
     A impulsividade manifesta-se por impaciência, dificuldades para adiar repostas, precipitação das respostas antes que as perguntas tenham acabado, dificuldades em esperar pela sua vez, interromper ou interferir frequentemente com os outros ao ponto de provocarem problemas em situações sociais, escolares ou laborais. As outras pessoa queixam-se de não conseguirem interromper os seu discurso incessante. Os sujeitos com esta perturbação fazem comentários desadequedos, não ouvem as normas que lhe são transmitidas, iniciam um conversa em momentos inoportunos ou interrompem os outros excessivamente, interferem, agarram nos objetos que não lhes pertencem, mexem nas coisas que não é suposto mexer, fazem palhaçadas. A impulsividade pode levar a acidentes (por exemplo, aleijarem-se com objetos, darem encontrões às outras pessoas, agarrarem em panelas quentes) e a envolverem-se em atividades potencialmente perigosas, sem terem em conta as possíveis consequências (por exemplo, trepar para lugares periclitantes e patinar num terreno extremamente acidentado).
     Não é muito frequente que o sujeito revele o mesmo nível de disfunção em todos os contextos ou permanentemente na mesma situação. Os sintomas normalmente pioram em situações que requerem atenção ou esforço metal prolongados ou em situações não apelativas ou sem carácter de novidade (por exemplo, ouvir os professores durante as aulas, fazer os trabalhos da aula, ouvir ou ler assuntos longos, ou trabalhar em tarefas repetitivas e monótonas). Os sintomas desta perturbação podem ser mínimos ou estar ausentes quando a pessoa se encontra sob contolo verdadeiramente rigoroso, numa situação nova, dedicada a atividades especificamente interessantes, numa situação face-a-face (por exemplo, consultório médico) ou quando teve com frequência experiências de recompensa pelo comportamento adequado. Os sintomas têm tendência a ocorrer com mais frequência em situações de grupo (por exemplo, em jogos de grupo, sala de aula ou ambientes laborais). 


Almeida, J.N. (2002) DSM - IV - TR. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Lisboa: Climepsi Editores

Perturbação de Asperger

     As características essenciais da Perturbação de Asperger são um défice grave e persistente da interação social, o desenvolvimento de padrões de comportamento, interesses e atividades restritos e repetitivos. A perturbação pode produzir um défice clinicamente significativo da atividade social, laboral ou de outras áreas importantes do funcionamento do sujeito. Em contraste com a Perturbação Autistica, não há um atraso geral da linguagem clinicamente significativo, se bem que outros aspetos mais subtis da comunicação social (por exemplo, dar-e-receber típicos da conversação) possam estar afetados.
     O défice na interação social é grave e sustentado. Pode haver um défice acentuado de múltiplos comportamentos não verbais (por exemplo, contacto ocular, expressão facial, postura corporal e gestos) que regula a interação social e a comunicação. Pode haver incapacidade para desenvolver relações com os companheiros apropriadas ao nível de desenvolvimento que podem assumir diversas formas em idades diferentes. As crianças mais jovens podem ter pouco ou nenhum interesse em estabelecer amizades. Os indivíduos mais velhos podem ter interesse pela amizade, mas não compreenderem as convenções da interação social. Pode haver falta de procura espontânea da partilha dos prazeres, interesses ou objetivos com outras pessoas.
     Embora o défice social na Perturbação de Asperger seja grave e se defina da mesma forma que na Perturbação Autística, a ausência de reciprocidade social manifesta-se de forma típica mais por uma abordagem excêntrica e unilateral aos outros (por exemplo, mantendo um tema de conversação independentemente das reações dos outros) do que pela indiferença social ou emocional.
     Tal como na Perturbação Autística, estão presentes padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades. Muitas vezes, estes começam por se manifestar pelo desenvolvimento de uma preocupação absorvente por um tema ou interesse circunscrito, sobre o qual o indivíduo pode reunir uma quantidade enorme de factos ou informações. Estes interesses e atividades são prosseguidos com grande intensidade, muitas vezes com exclusão de quaisquer outras atividades.
     A perturbação deve causar um défice significativo da adaptação social, que por sua vez pode ter um impacte importante na auto-suficiência, nas atividades ocupacionais ou noutras áreas importantes do funcionamento.
     Em contraste com a Perturbação Autística, não existem atrasos clinicamente significativos na linguagem precoce. A linguagem subsequente pode ser invulgar em termos de preocupação do indivíduo com certos temas. Podem resultar dificuldades da comunicação devido à disfunção social e à incapacidade para apreciar e utilizar as regras convencionais da conversação, para captar as pistas não verbais e às limitadas capacidades de autocontrolo. 
     Os indivíduos com Perturbação de Asperguer não têm atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou nas aptidões de auto-ajuda adequadas à idade, no comportamento adaptativo e curiosidade sobre o ambiente.


Almeida, J.N. (2002) DSM -IV- TR. Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais. Lisboa: Climepsi Editores